terça-feira, dezembro 05, 2006

Nada Mais, Só Silêncio

E de repente já não se precisa de nada. Não precisamos de nada porque nada serve. Um curso não serve, um trabalho não serve, uma roupa não serve... tão pouco o dinheiro. Porque ele efectivamente não compra nada. Rigorosamente nada. Nem saúde. Ele serve para termos a desculpa de inventarmos necessidades e desejos, para colmatar falhas que julgamos serem a desculpa da nossa miserável condição: a de simplesmente existir.



Amanhã faz uma semana que nasceu a Mariana. A esperada e desejada filha da minha colega de trabalho. A mãe da minha colega liga para dar a notícia. Tinha o sol na voz, e dizia “já nasceu, sou avó de uma menina linda. Foi um parto normal, nasceu às 13h30 e é perfeita. E está tudo bem com a Cecília.”

No dia a seguir, soubemos a notícia que mais parece ser uma mentira. “A menina está mal, vai ter que ir para a Estefânia.” Entro em choque. Não quero acreditar. Mil e uma perguntas aparecem na minha cabeça, e todas elas temem ver-se respondidas. Porque se forem, é demasiado real. Penso imediatamente que a informação que me estava a ser transmitida não tinha fundamento. Ligo à Carla, a minha amiga enfermeira, e ela diz-me o impensável: “Ia ligar-te Telma. Mas percebo que já sabes. A filha da tua colega está mal e o prognóstico não é bom. A situação está a evoluir de uma forma muito rápida. É um tumor cerebral que está a crescer em exponencial. Não há forma de o travar.”

De imediato tinha a evidência, a prova cientifica a martelar nos meus ouvidos. Já não havia perguntas objectivas. Começaram a soar os porquês. A baterem ruidosamente na minha cabeça.

Apetece-me chorar. Vivi a gravidez todo este tempo e não me apercebi. Vi a barriga crescer, os vídeos da bebé a mexer-se na barriga da mãe, vi as fotos a três dimensões, vi a vida a crescer… Era um dado adquirido que estava tudo perfeito.

E num espaço de 10 horas a felicidade toma a forma do seu extremo oposto. A tristeza, a angústia e a dúvida enchem a mente e o coração. Mesmo sabendo dos dados, a esperança não desaparece. Até ontem. Faleceu. Já não há nada a fazer. De um momento para o outro um sonho foi rasgado, retirado à força, partido...

Em cada passo que dou questiono Deus, a Vida, o Universo, a Existência. E penso que nada disso existe.

Até hoje não consegui ir ter com ela. Sou uma cobarde. Invento mil e uma desculpas e não consigo ir, estou à porta e não consigo subir. Digo a mim mesma que envio a energia positiva até ela. Digo também que se lá chegar vou desatar a chorar e não quero fragiliza-la mais. Digo isso e muito mais. Não há nada que possa fazer, mas gostava de lhe dizer que não podendo fazer nada, estou disponível para dar a mão, estar em silêncio e ouvir o que não há para dizer.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Atrapalhações!



Na terça-feira, numa tentativa de “embelezar” o blog, quis colocar um contador de visitantes todo giraço. Mariquices… não escrevo nada e depois tenho que andar a inventar. Eu que sou uma autodidacta nestas lides andei a mexer nos códigos de HTML… tenho a mania que sou esperta e pimba!... Coloco um código que me faz desaparecer o blog..! Obrigada Marco! Tu és um verdadeiro cavaleiro cibernáutico que salvou este meu pequeno espaço virtual.

Não é que tenha aqui escritos dum valor incalculável, mas bem, pode dizer-se que me vi aflita por umas horitas…

Ultimamente estas coisas da Internet andam um pouco confusas.

Lá se foi o perfil do Hi5, porque carreguei no sítio errado…

Lá se ia indo o blog.

Com o upgrade da velocidade da Internet e do tráfego internacional… Eis que o tráfego internacional ultrapassou o limite e só passados uns dias é que chegou a notificação da sapo ADSL a informar-me do sucedido. O curioso é que eu até peço para me notificarem quando chega aos 2 gigas, para ter uma margem de manobra de 2 gigas e navegar com cuidado pela net. Quando chegou a notificação, dizia que já tinha passado os 4 gigas. E eu nem tenho usado a net em casa… estranho!

Não tendo que ver com Internet…mas bem, o meu telemóvel esta semana decidiu ter vontade própria e a minha vontade de aceder aos contactos para fazer chamadas não tinha forma de se ver satisfeita.

As comunicações andam difíceis ou é impressão minha?!

terça-feira, novembro 14, 2006

Namaste



Ontem antes de ir ver a "Lula e a Baleia" (obrigada pela dica Bisturi, é um verdadeiro hino às famílias disfuncionais), que aconselho vivamente a verem se tiverem a possibilidade, estava a falar com uns amigos sobre música. Veiram à baila os Blasted Mechanism.. e lembrei-me de uma conversa que tive com o Amorphico a esse respeito. E pensei... o youtube, que tem tudo e mais alguma, deve ter o "famoso" excerto que me ficou na memória. Pelo espanto e pelo silêncio que deixou na plateia. E eis que tinha.

"Namaste para todos. Obrigado ao Criador. Obrigado ao planeta Terra. Obrigado ao Prof. Agostinho da Silva por nos ter ensinado que ser poeta é ser livre."

Discurso de agradecimento bonito, não é?

A propósito de Agostinho da Silva, deixo eu agora uma dica. Vejam as "Conversas Vadias", se puderem. Faz bem à alma ouvir falar alguém assim... tão grandioso.

Namaste!

sexta-feira, novembro 03, 2006

1ª Sessão - Anamnese

Anamnesis do grego aná que significa trazer de novo e mnesis que significa memória.

Olha-se ao espelho. Ao contrário de Narciso não se apaixona por si próprio. No entanto, deixa antever o mesmo final trágico.

Olha-se ao espelho. A imagem reflectida é demasiado real para poder ser bonita. A expressão dura é marcada pelas emoções que o tempo teima em marcar no rosto.

Olha-se ao espelho. É o quadro vivo daquilo que não queria ser pintado em si.

Olha-se ao espelho. Admira-se.

“Se me quisesse tanto, quanto aquilo que em mim não me quer.”

Pensava.

“Aí, o que eu seria feliz”.

Dizia.

"Espelho, espelho meu, haverá alguém mais perdido do que eu?"

sexta-feira, outubro 27, 2006

Citações

Ontem, António Lobo Antunes na televisão. Hoje, frases à solta.


Só há grupos onde existem fraquezas individuais.
fonte: Diário de Notícias, 18.11.2003

Esquecer uma mulher inteligente custa um número incalculável de mulheres estúpidas.
fonte: Livro de Crónicas, 1998

O desgosto é a melhor forma de assassínio por nunca se encontrar a arma do crime.
fonte: Livro de Crónicas, 1998

Um amigo meu, o Daniel Sampaio, talvez o melhor psiquiatra português, costuma dizer que só os psicóticos são criadores. Você fala com um neurótico e são tipos que não são nada, que são chatos, repetitivos. Os psicóticos são espantosos, dizem frases espantosas, estou-me a lembrar de uma que era «aquele homem tem uma voz de sabonete embrulhado em papel furtacores». Isto é uma frase do caraças.
fonte: Expresso, 07.11.1992

Quando se pergunta porque é que determinado quadro de Picasso está a verde, às vezes é por que o encarnado se tinha acabado. Não vale a pena ir mais longe.
fonte: Expresso, 07.11.1992

No fundo o que é um maluco? É qualquer coisa de diferente, um marginal, uma pessoa que não produz imediatamente. Há muitas formas de a sociedade lidar com estes marginais. Ou é engoli-los, transformá-los em artistas, em profetas, em arautos de uma nova civilização, ou então vomitá-los em hospitais psiquiátricos.
fonte: Público, 18.10.1992

Bom, muito bom.

Se clicarem aqui, encontram mais coisas boas.

terça-feira, outubro 24, 2006

Free Hugs Campaign.


Achei tão bonito.

Arrancou-me um sorriso.

Encontrei-o no blog da Mafalda Veiga.

Não se parece com o abraço “Nova Era” cheio de mel e maionese, parafraseando a Bisturi.

Vai um abraço?

segunda-feira, outubro 23, 2006

A Melhor Juventude



Grande filme, e não é pelo facto de serem aproximadamente 6 horas...

É um filme bonito. É incrível como os personagens vão crescendo e vão ficando dentro de nós.

Os actores são personagem inteiros. Conseguem ser tão humanos, tão reais, tão cheios de defeitos e tão grandiosos pela inesgotável capacidade de amar. Não é uma história linda, é ainda mais bonita. É uma história perfeita pelas imperfeições que as linhas da vida vão tecendo.

Quase que poderia cair no rídiculo de uma telenovela, e não cai pela singularidade imprimida a cada personagem e a cada história que é única. Não encontramos personagens autistas e histórias sem ligação. Encontramos um história cheia de personagens com histórias pessoais cheias de vida interior.

As palavras ditas em italiano parece que conseguem chegar mais longe. Mais perto do coração, será?

E a música?.. Decora na perfeição cada entrada, cada tempo e cada saída.

Esta emoção toda ao escrever só é possível porque o vi há pouco tempo. E há tanto tempo que andava na busca de uma oportunidade para o ver.

É a história de uma família. E passam 40 anos... É uma história de pessoas, feita por pessoas de verdade. Eu pelo menos acreditei que eram pessoas de verdade.

"Tudo é belo, tudo é verdadeiramento belo."

Tão bom ver filmes assim. Que conforto, não é?

domingo, outubro 22, 2006

Já está! Ufa!

Um bom armário para arrumação.. e o meu buda lindo!


A mini-estante e um candeeiro retro.. que aqui mal se vê..


O meu sofá maravilha... que está a pedir um quadro para ficar por cima dele. Está a caminho..


Mesa para duas pessoas por favor!
Estante dificil de chegar, de montar e colocar no lugar. Não substimem a força de uma mulher que está "ligeiramente" irritada com os senhores das entregas. 2,14 m de estante é pesadote...


A Paulinha , depois de meia garrafa de vinho tinto...a tentar ler um dos poucos livros que já se encontra pela casa, "O Livro das Transformações" da Izabel Telles, ( que faz um trabalho muito bonito.. fica para um outro post)... :) E eu, com a mania das filosofias e das fotografias.. e só a refilar que queria ir circular para a baixa de Faro. :P


Estou tão contente!! E a sala-consultório está composta! Vou continuar a empacotar coisas para carregar.. :D

sábado, outubro 21, 2006

No More Excuses


Acer Aspire As5634wlmi



Ah pois é!

Qualidade para se poder trabalhar em condições.. Já não há desculpas para não se fazer aquilo que se quer fazer.

Se o dinheiro não traz felicidade, ao menos que nos traga conforto!


Processador: Core2duo T5600
Memória/Cache: 1024mb
Disco Rígido: 120gb
Cd-Rom/Dvd: Gravador de DVD
Placa Gráfica: Gforce7300 128 T.Cache
Placa Som: On Board
Monitor: Wxga 15.4"
Colunas De Som: Incorporadas
Modem/Fax: 56k
Dimensões/Peso: 2.77kg
Bateria/Autonomia: 6 Células
Sistema Operativo: Xp Mce
Entrada S-Video
Leitor Cartões 5 em 1
Comunicações: Wireless
Garantia: 24 Meses

Não percebo tudo o que está aí descrito.. mas que é bonito, aí isso é. E, a juntar-se a isso tudo, surpreendam-se: FUNCIONA!

Agora venha a inspiração e o trabalho árduo.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Moon Cycle Tarot Deck

São tão bonitas estas cartas!

"Patience is a bridge of breath between moments, the “and” between thought and action. The ship represents the busy world; the sea symbolizes the world of nature which cannot be rushed. Be still, observe, and allow the moment to carry you forward. "


"Self-knowing, self-loving, self-aware: To be in balance with one’s self is a sensual experience; to attune your senses to the rhythms and cycles of the moon is to be divinely connected. Let the grin of the crescent moon slide all over your waves. "

Sinto-me inspirada para criar um tarot.. oh Lita.. vamos para a frente com o nosso projecto? Vamos ser corajosas!!

ps: quem quiser ver o baralho todo clique aqui!

terça-feira, outubro 17, 2006

Não, o blog não morreu..

Não este blog ainda não morreu. Parece que já tem os dias contados… Mas ainda não tem.

Esteve fechado para férias. Para umas mini-férias.

Férias, esse estado de tempo que é passageiro. Parecido a uma tempestade tropical. Assim como vem, desaparece num instante. Não deram para fazer nada de jeito. Mas convenhamos, o que há para fazer nas férias a não ser fazer nada.

Pelo menos a casa já tem um consultório em condições com uma decoração minimalista, um sofá semi-psicanalítico (isso queria eu) e uma mesa-secretária devidamente bem colocada para abraçar os pacientes que por ali passam. Mais uma coisinha aqui e outra por ali. A coisa está devidamente composta.

Falta o dinheiro para passar às outras divisões e deixá-las em ordem. O dinheiro, esse malvado…


Em vez de sair das férias plenamente satisfeita e contente… hoje estou com umas trombas daquelas. E não é de ter retomado à rotina do trabalho. Mas também não deixa de ser. Fui ontem a uma entrevista. E parece que o segundo lugar está sempre reservado para mim. Já perdi a conta à quantidade de concursos a que fui nas últimas semanas e dos quais sou excluída ou em que fico em segundo lugar. Merda.

Um pensamento recorrente passa pela minha cabeça vezes sem conta. E possivelmente estará na altura de o aceitar como sendo uma verdade última. “Eu não mereço ter uma entidade empregadora, porque eles simplesmente não me merecem… ou então, eu simplesmente não nasci para ter uma entidade empregadora que me assegure um ordenado fixo até ao final do mês. Até porque não sei se isso me serve.” Atribuição causal interna ou externa?

E verdade seja dita… para além de ser uma explicação… tão válida como outra qualquer…Também consigo reconhecer nela alguma verdade. Sinto-me a morrer lentamente com o trabalho rotineiro que desempenho. Não tenho prazer naquilo que faço. As tarefas são tão simples que até adormeço a realizá-las. Não tenho paciência para as crises laborais, para as intriguices, para a incompetência de uns, para as arreliações de tantos outros… para a falta de estímulo intelectual que tanta falta me faz. Preciso de criar o meu próprio trabalho. Pensava que teria que começar nos primeiros anos a tentar arranjar uma forma de criar uma base financeira, a partir da qual me pudesse jogar com toda força para arriscar com toda a garra naquilo que gosto de fazer. Mas está a tornar-se insustentável.

Abençoadas consultas que faço no meu horário pós-laboral. Agora que vou começar a dar alta aos meus pacientes… lá vou ficar com essa porta quase que encerrada… Toca a imprimir mais cartões e distribui-los.

E assim, como que de repente… um assunto pendente voltou a invadir o meu coração. Tarot.. Que papel tens tu na minha afirmação pessoal e profissional? Deixei-o há uns anos atrás, após umas consultas que já foram realizadas no âmbito semi-profissional de aconselhamento de tarot. E…onde não conseguia controlar a informação que passava para os pacientes. Que sustos. Tenho saudades do Tarot… de mexer, de ler, de aprender. Acho que está na altura de integrá-lo de uma forma mais plena e consciente. Chega de passar por ele e de lhe piscar o olho.

E não é que quando estou em aconselhamento psicológico, sinto um processo muito semelhante aquando da utilização do tarot? Mas aqui… é complicado. Há coisas que não devem ser ditas… ou será que se devem mesmo dizer?

Chega de escrever por agora..
Até breve!

ps: Goddess Guidance Oracle, quero estas cartas para mim! São tão giras..!

segunda-feira, outubro 02, 2006

Cisnes, Feiticeiros, Druidas, Criaturas Encantadas..



"De onde vieste?
Do caldeirão do Desconhecido.
Qual é o teu destino?
O conhecimento. A sabedoria. A compreensão de todas as coisas."
Estou viciada na Triologia Sevenwaters de Juliet Marillier.. quem gostou de ler As Brumas de Avalon da Marion Zimmer Bradley, vai gostar de ler estes livros cheios de magia e mitologia celta.

segunda-feira, setembro 25, 2006

1 Ano


Um ano de devaneios escritos e outros tantos que ficaram por serem falados.

Um agradecimento aos comentários simpáticos que deixam por aqui e na minha caixa de correio.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Férias



Ando a pensar nisso. Ai ando.. ando..

Achei este local interessante.. "Aldeia da Mata Pequena". Aparenta ser bom sítio para relaxar e encontra-se perto de mais locais que são merecedores de uma visita.

Também já pensei num SPA.

Barcelona continua a aparecer-me através de sinais que já ultrapassam a mera coincidência.

Em última análise estrear a casa e ficar lá fechada, com telemóvel desligado e sem qualquer horário para cumprir.. não deixa de ser uma opção.

Daqui a 15 dias...!! Já faltou mais para o Descanso!

terça-feira, setembro 12, 2006

Armada em Fotógrafa..

Wedding Candles


Lisboa é bonita..

Os candeeiros foram o alvo predilecto...

Mais pontos de iluminação..

E claro.. a Legna que sabe tirar fotografias pega na máquina e em duas fotos que tira .. eis que..


Do Chiado para a Sé. Um pequeno quadro.. Pela Legna.


E fiquei presa na Travessa do Teatros..


A nostalgia de ter que voltar continua!

sexta-feira, setembro 08, 2006

É ele.. É ELE


Há uns 4 ou 5 anos atrás, liguei-te.

Liguei-te para me relembrar de ti.

Liguei-te porque queria saber como estavas a recomeçar a vida aí para os lados de Lisboa.

Liguei-te para matar saudades do tempo em que estávamos juntas quase todos os dias e em que tínhamos conversas intermináveis sobre tudo e sobre nada. Mas onde quase sempre falávamos do Amor e dos relacionamentos que tivemos, tínhamos e que gostaríamos de vir a ter.

“- Olá! Como estás??
- Estou bem e tu? Olha estou aqui com ele. (tudo dito quase que num sussurro..)
- Estou bem! Bem isso parece que se está a tornar sério.. que bom!
- Sabes Telma.. eu sei que o que te vou dizer pode parecer a maior estupidez do mundo.. Mas.. eu sei que é ele, é o tal.
- hã?!?!?
- Sim, encontrei o Ele da minha vida. (com um misto de ternura, alegria e certeza)"


Até hoje me lembro deste telefonema. E recordo-me de pensar: “como saberá ela isso?!?!!..”. E depois claro, a conversa mental que se passou na minha cabeça: "Será que tem que haver uma pessoa até ao final da nossa vida? E se há, que coisa dificil.. andar à procura até encontrar... "

Até hoje me questiono sobre o porquê dessa certeza inabalável. Pode ser que amanhã, em plena Arrábida, te pergunte como sabias, sabes e saberás. Ou então, aproveito para ficar simplesmente quieta e calada... :) Amanhã vou assistir e partilhar da tua alegria quando disseres esse afamado sim e ouvires o desejado sim.

Muitas Felicidades!!
Muito Amor de Qualidade na tua vida minha querida Amiga.

terça-feira, agosto 29, 2006

I Wish..



Ás vezes falham-me as palavras..

Ás vezes sou arremessada por um turbilhão de sentimentos e emoções.

Hoje gostava de ser um silêncio mudo, cheio e imperturbável.

Hoje gostava de poder contemplar a vida.

Sem horários a cumprir e sem solicitações externas a todo o momento.

Simplesmente contemplar e voltar a casa.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Aí o Medo!!


Durante grande parte do tempo carregamos uma certeza inabalável. Daquelas que são como que uma condição auto imposta para sermos “mais felizes”. Chega um dia e conseguimos. Estamos em via de realizar essa condição, e depois não é bem assim… falta mais qualquer coisa. É aquilo a que chamo de síndrome de “falta-me mais qualquer coisa para atingir o estado de felicidade”. Ou então é simplesmente insatisfação.

E muitas vezes junto com a iminência da coisa tomar forma, aparecem aquelas dúvidas manhosas do tipo: “Será que vou ser capaz? E se eu não conseguir? E depois?”. As desculpas que o medo camuflado inventa para ir aparecendo devagarinho…sorrateiramente e devagarinho..

O que é certo é que uma nova fase está as às portas de se concretizar. Um outro estádio de responsabilidade está a instalar-se. Vou ter uma das coisas que há tanto tempo queria: a chamada independência.

O que é certo é que aquela dúvida persistente não me larga. Será que vou conseguir? Será que assim ainda vou conseguir juntar dinheiro para fazer o mestrado que ainda não escolhi? Será… será?

Decidi hoje: As dúvidas vou entregar à vida. Assim como assim, as respostas vão ser aquelas que eu estiver preparada para receber.

Ps: ando à procura de uma garrafeira bonita… e de bom vinho tinto para a preencher dignamente… isto merece uma ou mais celebrações.

terça-feira, agosto 08, 2006

É Oficial



A loucura é o prato do dia. Ainda dizem que há vidas pouco emocionantes. Basta sair com dedo grandão do pé porta fora e tudo acontece. Saíam de casa meus amigos, e aproveitem a grandeza da luz e da estupidez humana. E tudo, mas tudo acontece.

Em vez de campeonatos de futebol que movem massas, dever-se-ia inventar campeonatos de estupidez, ignorância e atrocidade. Aliás deveriam existir olimpíadas só para isso. Os fanáticos da estupidez poderiam passar a colocar-se em causa, visto que estariam numa posição privilegiada de observação. E não é assim que todos nós aprendemos? Por observação e imitação??!… O simples facto de ver a coisa a tomar contornos estupidificantes poderia ajudar na tomada de consciência… e na sua consequente mudança de comportamento. Ou então não, iria aumentar em exponencial este tipo de comportamentos…

Ps: conversa com um amigo depois da apresentação do texto...
"Sais a que horas?"
ao que eu respondo...
"Tarde demais"

sexta-feira, agosto 04, 2006

Contratempos



"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. (...) Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo."

Fernando Pessoa

quarta-feira, agosto 02, 2006

Tempos



Fui ver a Casa da Lagoa, uma história de Amor daquelas que poderá fazer as pedras da calçada chorar (dependendo do grau de "lamechiche" das pedras). Gostei muito do filme, pela forma como o Tempo para a Amar é explorado: de uma forma muito pouco convencional. Parece um misto de “Efeito Borboleta” com “A Terapia do Amor”.

Neste enredo a “puxar para o fantástico” é possível dois personagens falarem com 2 anos de tempo entre eles. Ela (Sandra Bullock) está no ano de 2006 e ele (Keanu Reeves) está em 2004. E não sabem da existência um do outro, até ao momento em que ela deixa a casa da lagoa e coloca uma carta numa caixa de correio mágica que leva as mensagens até 2004, e claro, até ele.

No Efeito Borboleta, onde a teoria do caos é brilhantemente explorada, concluímos que não é pelo facto de termos o poder de ser Deus e mudar acontecimentos chave da nossa vida, que vamos ter como resultado o objectivo pretendido. Na Terapia do Amor explora-se o Amor que dois seres carregam, em diferentes etapas da sua vida, e que não está em sintonia com os Tempos interiores de cada um (a diferença de idades). O Viver desse amor em relação é sacrificado em prol do crescimento interior de cada um. Caso continuassem naquela relação seria o Amor o sacrificado.

Na Casa da Lagoa, a mensagem final é a de que esperar pelo que o tempo tem para nos oferecer, produz os seus frutos. Os truques para enganá-lo não resultam. E que há esperança para que o Amor e as pessoas se encontrem sem barreiras de tempo e de espaço. Mas há momentos para tudo, e somos castigados se queremos apressar o relógio para adiantar esse encontro. É o eterno mito do amor romântico que sabe sempre bem ver..

terça-feira, agosto 01, 2006

Pirilampos



Não acho piada nenhuma aos emails de corrente que andam por aí a circular e que entopem as minhas caixas de correio. Mas este calhou-me particularmente bem..

"Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo que só vivia para brilhar. Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir. Passou o primeiro dia ela não desistiu, o segundo, e nada.
No terceiro dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas ?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar ?
- Não.
- Fiz-te alguma mal ?
- Não.
- Então porque é que me queres comer ?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR !

* Pensem nisto! Diariamente tropeçamos em cobras! *"


Todos os dias me coloco-me a seguinte questão:
Mas que raio é que essas cobras têm para ensinar? Sim, não há vencimento mensal que justifique tanta coisa feia..

Ah, e claro, eu depreendo sou uma aprendiz de pirilampa... ou que pelo menos ando a trabalhar para ter e ser alguma luz..

segunda-feira, julho 31, 2006

Excessos




Há dias em que se duvida de tudo. Há ainda dias em que o cansaço é tão grande que pensamos que vamos ceder. Há dias em que o limite afinal não é propriamente aquele que julgavamos ser e ainda se consegue esticar a corda um pouco mais além. Ando com medo que ela quebre.

quarta-feira, julho 19, 2006

Destinos



"O livre-arbítrio é a capacidade de fazer com alegria aquilo que eu devo fazer."
C.G. Jung

segunda-feira, julho 17, 2006

Decreto de Lei

Ministério da Saúde Psicológica, do Bem-Estar e da Motivação Laboral

Decreto de Lei nº 4877513244871/2006 de 17 de Julho

O absentismo no trabalho, a falta de concentração e o pouco estímulo que os trabalhadores encontram nos meses de Verão para desenvolverem com a devida clareza e profissionalismo as funções que lhes são adjudicadas ao seu posto de trabalho são demasiado importantes para se continuar a ignorar.

A saúde psicológica é irrevogavelmente afectada pela obrigação diária de comparecer no local de trabalho e de cumprir os horários de trabalho com a leveza característica em outras épocas do ano. O bem-estar emocional afecta as relações de trabalho e pessoais e a motivação começa a desvanecer. Este efeito bola de neve prejudica gravemente os vários envolvidos neste processo laboral e não só: entidades empregadoras, colegas de trabalho, familiares, círculo de amigos próximo e evidentemente o trabalhador.
Assim, decreta-se que:

Artigo 1 °
Objectivos
Promover e respeitar as necessidades básicas daqueles que se esgotam a trabalhar e incentivar uma política de trabalho que fomente a produtividade máxima.

Artigo 2º
Âmbito da aplicação
Nos meses de Verão, quando as temperaturas estão acima dos 30º graus não se trabalha.

Artigo 3º
Direitos e Deveres

a) O trabalhador tem o dever e a responsabilidade de dormir, ir à praia, cuidar do seu bronzeado, almoçar e jantar fora e de chegar a casa depois da meia-noite.
b) Tem também o direito de apresentar os recibos referentes a gastos com protector solar, gasolina e roupa de praia.
c) Tem o dever de apresentar o free-pass cultural devidamente picado de todos os sítios que tem o direito de ir.

Artigo 4º
Sanções

Caso o trabalhador não cumpra à regra as disposições acima referidas irá ser devidamente sancionado com:
a) A privação do direito a subsídios outorgados por entidades patronais;
b) Despedimento por justa causa.


O que eu queria mesmo era férias!!

quinta-feira, julho 13, 2006

Pensamento do Dia




Se a maldade fosse um posto de trabalho, nunca iria ter falta de pessoal qualificado.

Sim, hoje não é dia. E já começam a ser muitos dias como este.

Mas eu continuo a querer acreditar que no fundo somos todos boas pessoas.

sexta-feira, julho 07, 2006

Repetições


Parece que me vou repetir mais uma vez. Não faz mal. Diz quem sabe que da palavra nasce a luz. Espero que sim.

Espero não estar a entrar no campo da repetição excessiva. Seria a patologia a entrar em acção. E não faz a patologia parte do foro daquilo que não é criativo? Aqueles que supostamente são chamados de normais, arranjam respostas criativas às propostas que a vida lhes dá. Quando entramos no campo da repetição, entramos num estar em que usamos sempre a mesma resposta, que supostamente falha, e é aí que vamos comprovar aquilo que já pensávamos que iria acontecer. “Claro, eu já sabia que isto ia acontecer”. Da criatividade da resposta surge uma nova adaptação, um novo estar, uma outra iluminação e um outro campo de experiências aparece.

A partir de quantas repetições poderemos dizer que já entrámos no campo da patologia? Duas ou 200? O que me parece importante é a percepção de que em determinadas esferas da vida não se sabe agir senão daquela forma inconsciente. Somos empurrados quase que por uma força invisível até uma barreira. Essa força compulsiva cria uma obscuridade e provoca uma amnésia mental das artimanhas psíquicas que estiveram envolvidas no processo. Essa tomada de consciência poderá ser o fio condutor para o desbloqueio. Enquanto não "vem" essa tomada de consciência o que permanece é a dor psíquica, um mal estar interior que se progaga e impossibilita uma visão clara e objectiva.
O que é um padrão senão a inconsciência da repetição de um comportamento? De um hábito há muito instalado, que por isso mesmo já está emaranhado na rede global e complexa da mente. Sinalizá-lo, arrancá-lo desse emaranhado, observá-lo, estudá-lo, percebê-lo e depois modificá-lo. Ser criativo nessa modificação vai trazer mudanças significativas no ambiente interno, e, a qualidade daquilo que passamos para o exterior é diferente. Evidentemente que a qualidade daquilo que recebemos será também ela na mesma proporção. Aí nem é preciso falar para o exterior perceber a alteração, porque passamos a emitir um estar diferente e o que vem até nós é uma resposta em consonância com aquilo que começamos a produzir interiormente.

"Vamos mudar o disco? ...já tocou o suficiente e convenhamos..está riscado."

quinta-feira, julho 06, 2006

Mais Coisas Boas



Antes demais.. O Festival Med foi muito bom! Fui sexta e sábado e adorei. Ouvir Souad Massi é ouvir música que vai directamente até chackra cardíaco e ao vivo então é indescritível. Surpreendi-me com o som dos Amparanoia, fiquei rendida a Babylon Circus e fiquei impressionada com evolução dos Al Driça. O ambiente do festival era magnífico, vários palcos, muitos artesãos, muitas tendas a venderem de tudo, muitos espectáculos a decorrer nas ruas, workshops e muitas pessoas animadas a circularem dentro do recinto. Para o ano há mais!

Agora sim mais coisas boas.

Loulé continua com um cartaz cultural bem preenchido. Dia 8 Julho, este fim-de-semana, começa o XII Festival Internacional de Jazz que termina a 29 de Julho (vejam a programação). Vale a pena ir até à Cerca do Convento Espírito Santo.

De Loulé a Tavira. Em Tavira está a decorrer desde dia 1 de Julho o Festival Internacional de Teatro e Artes de Rua. Termina a 13 de Julho… ainda se vai a tempo de aproveitar algumas encenações.


Por fim o cineclube de Tavira presenteia-nos com a 7ª Mostra de Cinema Europeu de Tavira, que tem palco nos Claustros do Convento do Carmo (um espaço muito bonito) e começa no dia 14 de Julho. Esta mostra tem um cartaz interessante, há que aproveitar para ver aqueles filmes que não se conseguiram deixar apanhar no cinema… Match Point, Breakfast on Pluto e The Constant Gardner (é imperdível, tenho que o rever). No site encontra-se o cartaz com os dias e os horários.

Parece que o mito de que o Algarve é só Sol e Praia começa a desvanecer, pelo menos no Verão.. ;-)

Bons passeios pelos Algarves!

quarta-feira, junho 28, 2006

Sugestões


Com este Verão, que parece tudo menos Verão, chegam alguns festivais de música. Para além daqueles mais conhecidos do grande público, há uns que me parecem bem interessantes dentro dos roteiros mais alternativos - e, é acerca desses que deixo aqui os links para acederem aos cartazes cheios de músicos do mundo que trazem as sonoridades dos 4 cantos do planeta até bem perto de nós.

Aqui pelos Algarves, mais propriamente em Loulé, o Festival MED. A terceira edição deste festival começa hoje e termina a 2 de Julho, conta com um cartaz muito diverso e vai ter palco no castelo de Loulé. Destes nomes conheço Souad Massi (obrigado pela apresentação Daniel), Cristina Branco e Al Driça. A visita não só vale pelo som como pelo visual, juntos fazem um todo bem harmonioso.

Sines presenteia-nos novamente com o Festival de Músicas do Mundo, ainda não tive o prazer de lá ir. Mas este ano posso dizer: Eu vou. "O programa de concertos está este ano concentrado entre os dias 21 e 29 de Julho. De 21 a 25 há música todos os dias no palco reforçado de Porto Covo, e entre 26 e 29 decorre o programa musical intensivo na cidade, com concertos na Avenida da Praia e no Castelo. As iniciativas paralelas, maioritariamente realizadas no novo Centro de Artes, começam já dia 1 de Julho." Deste cartaz gostaria de realçar Toumani Diabaté, do qual sou fã. Ah, e claro os únicos concertos pagos neste cartaz são aqueles que se dão dentro do castelo de Sines.. mais um sitio mágico para um festival alternativo.

Para terminar resta-me dizer que em Faro, tivemos o festival "Um Mundo de Percurssões", só pude ir ao último dia e ADOREI. Se puderem ver o espectáculo "Unreal" do Bernardo Sassetti com Drumming não percam. Já gostava do Sassetti, adorei o concerto dele em Lagos com o Laginha e o do Teatro Municipal de Faro com a Orquestra do Algarve, mas agora sou fã incondicional!

Bons concertos!

segunda-feira, junho 26, 2006

Programa de Inicio de Semana


7h00 - Acordar. Fazer ronha e levantar 10 minutos depois. Lavar os dentes. Vestir o equipamento.
7h15 - Saio de casa.
7h20 - 50 minutos de jogging.
8h30 - Chego a casa. Tomo banho. Visto-me. Tomo pequeno-almoço. Lavo os dentes. Pego na mala e em 3 livros.
8h50 - Saio de casa.
9h00 - Entro no trabalho.
13h00 - Almoço.
14h00 - Entro no trabalho.
17h30 - Saio do trabalho.
17h45 - Chego a casa e preparo a consulta ou será que vou dormir? Ou ler? Ou fazer ginástica? :)
20h00 - Saio de casa.
20h30 - Consulta.
21h30 - Respiro de alívio e arranjo coragem para ir até a casa e ler alguma coisa ou simplesmente não fazer nada..

00h00 - Banhinho, lavar dentinhos e cama..

Os florais começam a surtir efeito..

E mais um dia que passa e não consigo ir ver o Hard Candy.. porcaria de horários de cinema! Será que é amanhã?

quarta-feira, junho 14, 2006

Raios de Noite


A foto tirada por mim e retocada e aprimorada pelo Bentes! Obrigada mais uma vez, és um espectáculo com o photoshop!

Na terça passada foi uma noite cheia barulho, estática, luz, água... com tudo à mistura. Tentei tirar as fotos da tempestade que se abateu em cima da cidade.. mas tentar tirar fotos a um raio é... um golpe de sorte! Ficou muita coisa registada em fotografia, mas poucos foram os relâmpagos que se deixaram a apanhar.. Foi um espectáculo de espectáculo.

A Natureza é incrível, não acham?

sexta-feira, junho 09, 2006

Desabafo


As cores, os cheiros, os sons… as palavras. A existência. As batalhas que se travam. A vida. Os humores. A vontade. Os momentos. As pausas.

Preciso do silêncio. Estou farta da poluição ruidosa que encontro no trabalho, nas conversas de café, nos comboios... Estou cheia de momentos em que o silêncio é demasiado desconfortável. Estou cansada de palavras e mais palavras ocas que só se dizem para preencher um vazio interior que incomoda.

Quero chegar a casa, depois de um dia de trabalho, e ter vontade de fazer aquilo que me preenche. Quero respirar vida, quero ser vida.

Como é bom ser uma guerreira, uma deusa completa, grandiosa com o poder de invocar toda a plenitude que vai dentro. Já tive momentos assim, as pausas é que são demasiado grandes no tempo que corre. Se a vontade não estivesse ao serviço dos humores que flutuam, as batalhas que se travam não pareceriam em vão. É incrível a força que cresce e que espanta quando aparece destemidamente. Como é bom existir assim.

Quero a permanência desse estar em mim. Quero que as pausas sejam pequenas e transitórias. Hoje sei o que quero. Amanhã gostaria de continuar a saber.

sexta-feira, junho 02, 2006

Respeito



Estou sempre a ler alguns (para não dizer muitos) livros ao mesmo tempo, é uma mania que não passa e que parece que com o tempo só tende a agravar.

Ando a ler de tudo um pouco. Agora um dos livros que me prende a atenção é “A Arte de Amar” de Erich Fromm, um piscanalista. É um livro que já andava a “olhar para mim”, que um dia comprei, e que como tantos os outros ficou na prateleira a aguardar a vez na fila de espera para ser lido. Lá está, às vezes a disponibilidade para ler não tem que ver só com o tempo da rotina instalada, tem que ver com outros tempos interiores que abrem outras portas de percepção.

Ainda não cheguei ao final livro, nem sei se o irei fazer. Às vezes compra-se um livro para chegar a um parágrafo, a uma linha que nos fala por palavras aquilo que vemos dentro de nós. E cumpre-se assim o propósito da leitura. Pelo menos, por agora. Mais tarde tira-se o pó, abre-se outro capítulo e retoma-se a leitura.

Voltando ao livro, Fromm apresenta uma escrita fluida, objectiva e orientada. Fala, tal como o título indica, do Amor. Ele afirma que
“não é só no amor que dar é receber. Os professores também são ensinados pelos seus alunos, os actores são estimulados pelo público, os psicanalistas são curados pelos pacientes – desde que não se tratem como objectos e se relacionem de uma forma genuína e produtiva.”

Entre muito daquilo que é dito, diz que no acto de amar a componente de dar, aquilo a que chama o carácter activo do amor, implica a existência de elementos básicos e comuns a todas as formas de amar. Esses elementos, de acordo com o autor, são o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.

Cuidado activo pelo crescimento daquilo que se ama, responsabilidade face às necessidades psicológicas da outra pessoa, respeito para com o crescimento e desenvolvimento da outra pessoa por si mesma e o conhecimento objectivo daquilo que somos e daquilo que o outro é, para ver além da imagem ilusória por nós criada acerca daquela pessoa.

Aprendi pelo menos uma coisa nova até à data. E não tem que ver exclusivamente com o Amor mais “personalístico”, tem que ver com o Amor nas suas mais variadas formas. Respicere é a raiz etimológica da palavra respeito e que quer dizer “olhar para”. Há muito que falo nesta palavra, e com ela vem sempre uma sobrecarga emocional grande. Há uma mágoa que se cola automaticamente a ela. Não sei se por sentir que me sinto em falta desse olhar para comigo, de mim para mim, de mim para os outros e/ou dos outros para mim. Mas é sem dúvida por essa falta de “olhar para”.

segunda-feira, maio 22, 2006

Dias Cinzentos



Apetece-me escrever. Só não sei sobre o quê. Até na escrita se reflecte o meu estado actual: uma melancolia que se instala, que se encosta e que se perde na minha sombra. Apetece-me gritar por socorro. Apetece chorar-me e mergulhar na dor. Apetece-me ser alguma coisa que não eu.

Não, afinal não me apetece nada disso. Afinal gostaria de ser eu. Quero ser aquilo que nasci para ser, e já! E não venham com merdas de ensinamentos que ainda estou na preparação daquilo que nasci para ser. Não acredito em tal coisa, não existe tal coisa. Ou somos ou não somos aquilo que nascemos para ser, não há preparação para tal coisa. Ou somos ou não somos. Ou estamos no caminho que é um reflexo daquilo que somos ou não estamos. E eu não sou aquilo que deveria de ser. Sou um espectro que vive na sombra daquilo que poderia ser. Sou uma ferida aberta que não cura. Sou um estar que não está. Sou a pouca coragem que pede coragem. Sou a tristeza que pede alegria. Sou a vida que pede vida. Sou o sonho que pede que tome forma. Sou o sentir que pede para sentir mais. Sou a loucura que se pede loucamente sã. Sou o abismo que pede o salto.
Não sou nada.
Em todo o instante boicoto a entrada nesse estar que sou eu. E aí sim, acredito. Sim, a todo o instante temos o poder de escolher. E eu escolho estar miseravelmente perdida na dor e de não estar a ser eu como poderia ser.

E agora sim, vou gritar: "Socorro!!! … Salva-te de ti mesma."

Afinal, já não me apetece escrever.

quinta-feira, maio 18, 2006

Estares

Imagem de Joseph Cusimano


Desde muito cedo que me identifico com as linguagens que apelam ao meu lado intuitivo. Estas linguagens sempre produziram em mim um fascínio inexplicável. E são elas que conseguem dar imagens de tudo aquilo que vejo, sinto, intuo e que penso num pensamento que é demasiado rápido para ser falado.

Gosto por isso mesmo de estudar para além da Psicologia e do ser humano, o Tarot, a Astrologia, a Mitologia e Metafísica… pelo caminho ficaram inúmeros contactos com outras expressões de comunicação catalogadas de esotéricas. As que referi, no entanto, permaneceram ou permanecem de uma forma mais ou menos metódica.

Sempre, ou melhor dizendo, quase sempre que alguém sabe que dedico alguma parte do meu tempo, dinheiro e energia a essas questões… dá-se quase como que um choque. A outra pessoa quer entrar numa luta de ideologias e numa guerra de palavras sem sentido. Numa primeira etapa eu encarava esse encontro como sendo uma verdadeira luta, e como nas lutas há sempre alguém que ataca eu colocava-me numa posição onde a defesa era o estar perfeito, o oposto complementar. Gradualmente, fui conquistando um estar em que não preciso de entrar em discussões sem sentido e cujo o propósito único é alimentar a intolerância e a ignorância de quem fala daquilo que não sabe. Esta última frase pode parecer arrogante… Mas eu não posso falar de conceitos de física, sem saber sequer o que é a física... se não souber, coloco-me numa posição em que gostaria de aprender. Não num monólogo surdo em que se remetem mil e uma questões que nem se querem ver respondidas.

Eu não me importo com facto de muitos de vós despenderem do vosso tempo, dinheiro e energia com o futebol. Não critico, nem tento de alguma forma questionar o vosso estar na vida. É o vosso, e nada tem que ver com o meu. O vosso estar não coloca em causa o meu. Não me sinto ofendida, nem atacada por essa opção. Não vos questiono se acreditam no Futebol. Eu acredito no respeito, na tolerância e na liberdade e vocês?

segunda-feira, maio 15, 2006

quarta-feira, maio 10, 2006

Há Dias Assim



Confesso que estou um pouco irritada, diria até profundamente enraivecida. Dizem que é bom que estes sentimentos aflorem no nosso íntimo, com a delicadeza e subtileza característica dessas emoções. Eu pessoalmente fico mais irritada só de pensar que estou irritada. Quando sinto então que estou irritada, a coisa toma proporções inimagináveis. Pelo menos interiormente. É a isto que os experts denominam de raiva voltada para dentro…

Quando se fala em irritação, penso eu, temos também que falar da direcção que a irritação toma. Ou seja, qual o objecto/alvo dessa irritação. Confuso?


Nós não estamos irritados pela simplicidade e pela leveza que esse sentimento nos proporciona. Estamos irritados, por exemplo, porque uma mosca lembrou-se de existir e passar pelo nosso campo de visão. Ou então, porque houve alguém que fez alguma coisa que nos desagradou (geralmente aquelas pessoas que conhecemos ou julgamos conhecer mais profundamente)... Ou então, porque acordámos com esse sentimento… (mas, para acordar com esse sentimento, alguma coisa andamos a remoer inconscientemente para essa irritação nos despertar logo pela manhã)

Pois bem, hoje fui invadida por uma das minhas pequenas e doces irritações. Daquelas que consomem alguma da minha energia anímica-mental. A que questão que se impõe é: o que fazer então com este extra de energia que me acompanha?

a) Esmurrar a primeira pessoa que esboçar um sorriso simpático e que me trate bem?
b) Contribuir graciosamente para o mal estar geral de todos aqueles com quem estou no dia de hoje? E, permitir assim que esta irritação seja contagiante tal qual como um vírus gripal mutante que suavemente se propaga a uma velocidade vertiginosa?
c) Comprar um saco de boxe e colar uma fotografia de alguém e/ou da situação que me “incomoda”?
d) Fazer uma sessão de relaxamento e visualização? Imaginar que uma luz branca percorre o meu corpo, e que estou sentada numa nuvem felpuda a inspirar essa luz branca e expirar um fumo cinzento correspondente às sensações negativas que estou a guardar no meu intimo…
e) Fingir que afinal não estou assim tão irritada e que não há nada que me esteja a incomodar? ... afinal, é apenas uma pequena comichão no dedo mindinho do pé.
f) Todas as anteriores.
g) Nenhuma das anteriores.

Curiosamente, só o facto de ter "falado" da irritação fez-me sentir bem melhor..

Bem, agora vou trabalhar a minha Assertividade.
Até já.

quinta-feira, abril 27, 2006

...


"A Dor é Temporária, a Cura é Permanente"
(Donna Cunningham in Plutão no Seu Mapa Astrológico)

sábado, abril 08, 2006

Princesas!!




Mais um livro. Sim, mais uma possibilidade de leitura. Mas desta vez um livro que fala do percurso, da caminhada e do crescimento duma mulher. É uma história que mete uma princesa chamada Vitória, a amiga imaginária da princesa, a Vicky, um mocho que é um médico de assuntos do coração, um príncipe encantado que contém nele um Sr. Risinhos e um Sr. Escondidinho, um golfinho chamado Dolly e uma feiticeira. Bem, dito e lido desta maneira até parece um livro para menores de 5 anos… e sim, também poderá ser para essa faixa etária…

O livro relata o percurso de qualquer mulher. Fala do resgate do poder interior, da modificação de pensamentos e/ou “pacotes de informação” que são implantados na realidade psíquica de uma criança e que não a permitem ser quem ela nasce para ser, que a condicionam a ser aquilo que é suposto ela ser. Retrata a jornada arquetípica da mulher de uma forma extraordinariamente simples, com o recurso a metáforas e alegorias que nos fazem sorrir e que nos prendem quase que impulsivamente página após página até chegarmos ao desejado e inspirante final.

Vicky a amiga imaginária da princesa retrata o lado emocional/irracional da princesa Vitória. Vitória foi obrigada a optar entre o Código de Conduta Real para Princesas e entre a sua amiga imaginária desde muito cedo… e, fechou Vicky num armário. Mas Vicky saiu mais tarde do armário, na altura em que Vitória encontrou o seu príncipe encantado. Vitoria casou-se e ansiava pelo final “e viveram felizes para sempre”, mas tal não sucedeu.. descobriu que o príncipe para além do Sr, Risinhos que a encantava, apresentava também um lado que ela desconhecia.. o Sr. Escondinho, que a deixava profundamente triste. Vê-se obrigada a ir percorrer o seu caminho, juntamente com Vicky. Caminho no qual descobre que não é preciso um mapa para saber para onde se “deve ir”, onde aprendeu que o mar das emoções pode ser trabalhado, onde experimentou o caminho mais fácil e foi ter à terra das ilusões, caminho no qual conseguiu libertar-se dos condicionamentos do passado e chegou ao Templo da Verdade, o seu templo interior...

É um livro que aconselho a leitura a todas as mulheres e a todos os homens que querem conhecer um pouco a realidade feminina.

Deixo apenas um excerto do livro, uma receita que o Henry Herbert Hoot, M. C. (Médico do Coração) prescreveu à princesa:

“- Não posso fazer mais nada. Estou tão doente e cansada. És médico. Não me podes ajudar?
- Sim, claro – respondeu o mocho, abrindo a sua mala preta e tirando um bloco de receitas. Escreveu qualquer coisa com a sua pena articulada, arrancou a folha e deu-a à princesa.

Esta olhou por entre as lágrimas, tentando decifrar o que ele escrevera

Nome: Princesa Vitória
Morada: Palácio Real

Receita:
A VERDADE É O MELHOR REMÉDIO
Tome o mais que puder, sempre que puder.

Repetições: Ilimitadas

- A verdade é um remédio? – perguntou a princesa.
- Sim. O remédio mais puro e eficaz do Universo. É o único que te pode ajudar.”


Boas leituras!
Neptuna

quarta-feira, março 29, 2006

Escolhas

"Escolhemos as nossas alegrias e as nossas tristezas muito antes de as vivermos." Kahlil Gibran

Gibran Khalil Gibran, poeta, pintor e filósofo libanês. Tem uma obra magnífica, tornou-se conhecido pelo seu célebre livro “O Profeta”. É um dos meus livros preferidos. Reencontrei-o novamente e tive que o ler pela milésima vez. O livro “O Profeta” reflete o pensamento do autor, as suas esperanças, a sua filosofia sobre o casamento, sobre os filhos, as leis, a morte, etc, assim como outros assuntos que podem ser resumidos pelo poder curador do amor universal e da unidade do ser. Caso estejam interessados em conhecer o autor e a obra cliquem no link com o nome do autor para irem a uma página com informação relativa à sua obra (bibliografia, biografia e galeria de arte); e, no título do livro para procederem ao download do mesmo.
Boas Leituras,
Saudações Neptunianas!

quarta-feira, março 01, 2006

Manias!


Finalmente arranjo coragem para responder ao desafio colocado pelo Daniel. Aqui partilho então algumas das minhas manias...

Tenho a mania de aceitar os desafios que me colocam…
Tenho a mania de adiar a resposta aos desafios que me colocam…
Tenho a mania de achar que nunca sei o suficiente…
Tenho a mania de me comparar… sempre… com tudo e todos.
Tenho a mania de achar que sou má, muito má…
Tenho a mania de achar que nunca serei suficientemente boa, bonita e inteligente…
Tenho a mania de acordar cedo mesmo podendo dormir até tarde…
Tenho a mania de pensar demais…
Tenho a mania de dormir agarrada à almofada…

E como não vou ter pessoal suficiente para enviar este desafio.. resolvi escrever mais do que as 5 supostas manias do que aquelas que deveria ter escrito ;-) ...

Vou passar a bola a quem?
... ao
Bentes e à Psiquefata...! Não conheço mais ninguém a quem passar o desafio!

O regulamento...
"Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Além disso, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Psicologia Actual



Mais um post na área de eventos! Pois é caros visitantes, finalmente em Portugal temos uma revista dedicada quase inteiramente à Psicologia. De acordo com o meu amigo e colega Sam, "é a revista que sabe o que te vai na alma!"

Devo dizer que adquiri o primeiro número da revista logo no dia em que saiu. Adquiri por várias razões. Adquiri por ser psicóloga, pela curiosidade, pelo facto do director científico ter sido meu professor, Pedro Zany Caldeira, (e por sinal um daqueles professores que não se esquecem pela excelência) e claro, pelo facto do Sam Cyrous ter um espaço onde apresenta os seus artigos .

Gostaria de acrescentar que considero ser um acto de coragem terem conseguido "arregaçar" as mangas e dado forma a este projecto. Este primeiro número, a meu ver, espelha o pontencial de crescimento da própria revista. Com certeza existirão arestas a limar, como tudo aquilo que nasce e precisa de aprimorar com o tempo. Creio que será altamente benéfica a existência desta revista para os profissionais desta área, para a psicologia em geral e para todos aqueles que tomam contacto com estes profissionais (o público em geral). Será sem dúvida um espaço público aberto a desmistificar dúvidas nas mais variadas temáticas da Psicologia, quebrar tabus e quem sabe tornar esta ciência mais ampla e menos elitista.

Como remate final deixo um pequeno excerto do editorial do primeiro número e claro um convite à aquisição e leitura da revista!

"Na Psicologia Actual, (...) o leitor terá acesso a informação técnica e cientificamente correcta sobre as diversas dimensões dos fenómenos psicológicos, que lhe permitirá eventualmente uma melhor compreensão sobre o seu comportamento e o dos outros." Pedro Caldeira, Psicologia Actual