Depois de subir-te montanha íngreme,
Depois de me anular e chegar a grão de areia
Grito por atenção e por retorno de qualquer coisa que nem se consegue dar nome
Que nome tenho eu?
De que imagem sou reflexo?
Que vida quero ser eu agora?
Viagem de mim até mim.
Corri tanto,
Cumpri tanto,
Responsabilizei-me tanto...
Entretanto o vazio colou-se, e,
Com ele instalou-se aquele doloroso sentimento que me dá falta de ar e sufoca.
Desapareceu tudo o que tinha à minha volta
E de repente não há nada
Olho o espelho e não me vejo
Os caracóis caem desalinhados
Os sinais já não parecem os mesmos
O verde do olhar deixou a cor do sonho
O sorriso não sorri da mesma forma
Aprender a respirar de novo
Um inspira
Dois expira
E o que me dizem as cartas?,
E os astros o que escrevem agora?
Complexidade, dificuldade, sensibilidade
Os símbolos que me pintam agora quais são?
Tu reclamas de mim.
Onde está a vida que tu eras?
Pressão de me encontrar,
Já a tenho desde ontem.