Falemos.
E continuemos a falar. E mais ainda, falemos.
No outro dia, parece que nasceu um mim uma outra pessoa. Não foi assim, de um momento para o outro. Ela andava a tentar crescer para poder ter forma cá forma. Andava à procura de uma forma nova para mim. Fui construindo. Diariamente. Lentamente. Andava ansiosa para ver como seria. Não fazia ideia de como poderia ser, sabia e afirmava que teria que ser decidida. Tinha que ser assertiva, tinha que ter acesso ao poder interior e usá-lo com clareza e objectividade. Sabia que tinha de ser uma mulher.
Senti-me assim.
Não importa o faça, desde que o faça com amor. Interiorizei. É um caminho para me levar ao algum lado. E eu sei qual é. Focalizei.
E ando intermitente.
Quanto mais próximas são as relações, com maior intensidade nos projectamos e estamos nelas. Ontem ia morrendo de susto. Mas eu sabia que estava para acontecer. Afinal, nós no fundo sabemos tudo. Ou então não sabemos, e quando usamos essa expressão... usamo-la simplesmente para colmatar uma falha interior muito grande: a de não sabermos nada. E temos que nos centrar nas evidências. E é aí que nos sentímos culpados, doentes.... ah, e já referi culpados?
A minha mãe está em processo há algum tempo. E agora? Agora é o culminar de tudo aquilo que foi sendo acumulado durante anos e anos de tristeza.
E eu?
Eu agora só me consigo adjectivar de péssima para baixo.
Eu sou a psicóloga clínica que nem filha consegue ser.
Afinal, não nasceu a nova forma em mim. Foi um vislumbre daquilo que poderia ser.
2 comentários:
parece-me que já nasceu... melhor, habita aí, nas sombras, sorrindo para o medo que a impede de se mostrar.
Mas sorri... sabendo que uma só brecha de luz tem o poder de iluminar a maior escuridão!!!!
Beijos
:)
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