Mais um livro. Sim, mais uma possibilidade de leitura. Mas desta vez um livro que fala do percurso, da caminhada e do crescimento duma mulher. É uma história que mete uma princesa chamada Vitória, a amiga imaginária da princesa, a Vicky, um mocho que é um médico de assuntos do coração, um príncipe encantado que contém nele um Sr. Risinhos e um Sr. Escondidinho, um golfinho chamado Dolly e uma feiticeira. Bem, dito e lido desta maneira até parece um livro para menores de 5 anos… e sim, também poderá ser para essa faixa etária…
O livro relata o percurso de qualquer mulher. Fala do resgate do poder interior, da modificação de pensamentos e/ou “pacotes de informação” que são implantados na realidade psíquica de uma criança e que não a permitem ser quem ela nasce para ser, que a condicionam a ser aquilo que é suposto ela ser. Retrata a jornada arquetípica da mulher de uma forma extraordinariamente simples, com o recurso a metáforas e alegorias que nos fazem sorrir e que nos prendem quase que impulsivamente página após página até chegarmos ao desejado e inspirante final.
Vicky a amiga imaginária da princesa retrata o lado emocional/irracional da princesa Vitória. Vitória foi obrigada a optar entre o Código de Conduta Real para Princesas e entre a sua amiga imaginária desde muito cedo… e, fechou Vicky num armário. Mas Vicky saiu mais tarde do armário, na altura em que Vitória encontrou o seu príncipe encantado. Vitoria casou-se e ansiava pelo final “e viveram felizes para sempre”, mas tal não sucedeu.. descobriu que o príncipe para além do Sr, Risinhos que a encantava, apresentava também um lado que ela desconhecia.. o Sr. Escondinho, que a deixava profundamente triste. Vê-se obrigada a ir percorrer o seu caminho, juntamente com Vicky. Caminho no qual descobre que não é preciso um mapa para saber para onde se “deve ir”, onde aprendeu que o mar das emoções pode ser trabalhado, onde experimentou o caminho mais fácil e foi ter à terra das ilusões, caminho no qual conseguiu libertar-se dos condicionamentos do passado e chegou ao Templo da Verdade, o seu templo interior...
É um livro que aconselho a leitura a todas as mulheres e a todos os homens que querem conhecer um pouco a realidade feminina.
Deixo apenas um excerto do livro, uma receita que o Henry Herbert Hoot, M. C. (Médico do Coração) prescreveu à princesa:
“- Não posso fazer mais nada. Estou tão doente e cansada. És médico. Não me podes ajudar?
- Sim, claro – respondeu o mocho, abrindo a sua mala preta e tirando um bloco de receitas. Escreveu qualquer coisa com a sua pena articulada, arrancou a folha e deu-a à princesa.
Esta olhou por entre as lágrimas, tentando decifrar o que ele escrevera
Nome: Princesa Vitória
Morada: Palácio Real
Receita:
A VERDADE É O MELHOR REMÉDIO
Tome o mais que puder, sempre que puder.
Repetições: Ilimitadas
- A verdade é um remédio? – perguntou a princesa.
- Sim. O remédio mais puro e eficaz do Universo. É o único que te pode ajudar.”
Boas leituras!
Neptuna
2 comentários:
Dizia o grande General revolucionário do Uruguai: "com a verdade não temo nem ofendo". Esse tornou-se o meu mote!
Para dizer a verdade, quando comecei a ler este texto pensei: "mocho, golfinhos??? por favor!!!". Mas toda a questão arquetípica que mencionaste é interessante.
Mas eu volto ao véu da Tahirih: devemos retirar o véu que separa os homens e as mulheres e fazer com que no casal haja compreensão dos dois lados em que haja a unicidade de pensamento que tanto faz falta e que gostemos de conviver, compartilhar e comunicar com a sombra que é o Sr. Escondidinho dentro do outro.
Não achas?
Sim, Sam de inicio com essa descrição dá mesmo que pensar.. mas que coisa infantil.. Telma onde estavas tu quando decidiste postar isto!
Obrigado pelo comentário que aqui deixaste, já agora aproveito para me debruçar um pouco acerca daquilo que escreveste.
A questão do véu é uma questão interessante. Eu creio que o véu e a verdade estão de "mãos dadas". O véu que poderá existir (que existe na maioria dos relacionamentos) entre homens e mulheres (príncipes e princesas) é a barreira da ilusão implantada de parte a parte. É o muro que não permite ver aquilo que o outro é verdadeiramente. É também, só aquilo que cada um quer mostrar de si ao outro. Disto resulta uma série de máscaras que relacionam e não aquilo que se deveria relacionar, mais uma vez, verdadeiramente: aquilo que cada um é.
O Sr. Escondidinho é a sombra que aparece como uma erupção vulcânica de quando em quando, e que as "princesas" ou "príncipes" não querem reconhecer neles e nos outros... porque aprenderam a ver com o filtro do véu e esse véu precisa necessariamente cair.
Porque com essa queda, a Verdade aparece e passa a existir o que é real. Logo, seremos seres mais conscientes das escolhas que fazemos e não vitimas dos relacionamentos que escolhemos viver.
Não será?
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