quinta-feira, maio 18, 2006

Estares

Imagem de Joseph Cusimano


Desde muito cedo que me identifico com as linguagens que apelam ao meu lado intuitivo. Estas linguagens sempre produziram em mim um fascínio inexplicável. E são elas que conseguem dar imagens de tudo aquilo que vejo, sinto, intuo e que penso num pensamento que é demasiado rápido para ser falado.

Gosto por isso mesmo de estudar para além da Psicologia e do ser humano, o Tarot, a Astrologia, a Mitologia e Metafísica… pelo caminho ficaram inúmeros contactos com outras expressões de comunicação catalogadas de esotéricas. As que referi, no entanto, permaneceram ou permanecem de uma forma mais ou menos metódica.

Sempre, ou melhor dizendo, quase sempre que alguém sabe que dedico alguma parte do meu tempo, dinheiro e energia a essas questões… dá-se quase como que um choque. A outra pessoa quer entrar numa luta de ideologias e numa guerra de palavras sem sentido. Numa primeira etapa eu encarava esse encontro como sendo uma verdadeira luta, e como nas lutas há sempre alguém que ataca eu colocava-me numa posição onde a defesa era o estar perfeito, o oposto complementar. Gradualmente, fui conquistando um estar em que não preciso de entrar em discussões sem sentido e cujo o propósito único é alimentar a intolerância e a ignorância de quem fala daquilo que não sabe. Esta última frase pode parecer arrogante… Mas eu não posso falar de conceitos de física, sem saber sequer o que é a física... se não souber, coloco-me numa posição em que gostaria de aprender. Não num monólogo surdo em que se remetem mil e uma questões que nem se querem ver respondidas.

Eu não me importo com facto de muitos de vós despenderem do vosso tempo, dinheiro e energia com o futebol. Não critico, nem tento de alguma forma questionar o vosso estar na vida. É o vosso, e nada tem que ver com o meu. O vosso estar não coloca em causa o meu. Não me sinto ofendida, nem atacada por essa opção. Não vos questiono se acreditam no Futebol. Eu acredito no respeito, na tolerância e na liberdade e vocês?

4 comentários:

Lita disse...

Pudesse eu escrever aquilo que disseste, uma vez que o sentir é, de facto, o mesmo!!

Facilmente entramos num jogo - que não o nosso - de começarmos uma briga surda e muda, tentar-nos defender daquilo que nem sequer consideramos precisar de defesa. É quem somos, o que investimos, o que sabemos, acima de tudo o que sentimos. É suposto alguém dizer-nos o que devemos sentir?

Mas tem a ver com a tal busca incessante e insana da verdade (CSA forever!!!!). E quem não olha os seus limites e acredita que a prisão são os outros, prefere acreditar - a tentar provar que a sua verdade é a única que existe....

Mas falamos de estares... deixa-te estar assim. Gosto de ti como és.

Neptuna disse...

:)Ninguém tem o poder de nos dizer como nos devemos sentir. E nós não deveríamos dar esse poder a quem quer que seja.

Ai o medo de saber que existem outras verdades que não aquelas que se defendem com unhas e dentes.. Quando no fundo basta ser a verdade que acreditamos ser.

Sim, falemos de estares. Abençoado espelho, reconhecimento e ressonância que tu me proporcionas com o teu estar. Obrigado!

CSA PARA SEMPRE!

Olavo disse...

A unica coisa que nao pode acontecer, é deixares que o teu respeito e tolerancia pelos outros, sejam contaminados pela "miopia" de alguns com quem te cruzas...
No que respeita aos estares, eu estou, aqui prostrado diante de um ecran iluminado, a pensar no quao especiais são algumas pessoas que conheço, e respondo à tua pergunta final, dizendo que,...eu acredito em ti!

Neptuna disse...

Nem sei o que possa responder a um comentário tão bonito. Só talvez dizer: obrigado! :D eu também acredito em ti.