terça-feira, novembro 01, 2005
A de Amor
De acordo com um mito grego, originalmente, as pessoas eram dotadas de dois pares de braços e de pernas, e de dois rostos. Acontece que os deuses tinham medo do seu poder e, então, Zeus lançou um raio que dividiu as pessoas em duas e condenou-as a vaguear pela Terra procurando as suas metades perdidas. O sentimento que se tinha ao encontrar a outra metade era o amor.
Hoje numa conversa de café perguntam-me: “O que é o Amor?...isto é tudo tão complicado… O que é afinal o Amor?”
Engulo em seco... um silêncio embaraçoso instalou-se entre nós… e senti a Dor que acompanhava aquela interrogação…
Quando cheguei a casa fui ao dicionário da texto editora...
Amor (Lat. amore), s. m. viva afeição que nos impele para o objecto dos nossos desejos; inclinação da alma e do coração; objecto da nossa afeição; paixão; afecto; inclinação exclusiva; (ant.) graça, mercê; por – Deus: por caridade; ter – à pele: ser prudente; não arriscar a vida; - platónico: intensa afeição que não inclui sentimentos carnais; com - : com muito gosto, com zelo; loc. prep. por – de: por causa de; - captativo ou – possessivo: amor que leva a subjugar e monopolizar a pessoa que se ama; - conjugal: amor pelo qual as pessoas se unem pelas leis do matrimónio; - oblativo: amor dedicado a outrem; fazer - : ter relações sexuais.
Primeiro deu-me vontade de rir… e depois fiquei triste. Tanta definição e no entanto que pobreza de conteúdo… que definição redutora.
Como traduzir para os nossos símbolos linguísticos aquilo que se inicia no mundo da Não-Palavra?
De acordo com Osho, um mestre espiritual, “Amor é consciência” … Não sei… fiquei confusa.
Dei-lhe um abraço, enxuguei-lhe as lágrimas e na altura respondi: “O Amor não é complicado… e se for é porque não é Amor.”
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5 comentários:
parabéns Neptuna! Gostei do teu espaço,fico à espera de mais posts! Se quiseres visita o meu em www.snakelike.blogspot.com
nito
A tarefa àrdua da procura da nossa outra metade, é uma batalha que travamos toda a vida. Eu penso que quando a encontramos sentimos de novo essa fusão, e a dissociação dos nossos corpos e mentes será impossível. Como se novamente, fossemos de novo um só. Será que podemos traduzir o amor num estado fusional, não será isso um pouco insano?
Psique Fata
http://psiquefata.blogs.sapo.pt
A minha querida e doce amiga, acaba de colocar a questão mais pertinente e controversa da condição humana, o que é o amor? Este tipo de questões, é geralmente levantada por cépticos, demasiado realistas e idealistas para entenderem uma coisa que não se explica como um só, mas sim como a soma de muitas partes. O amor é de facto um sentimento muito completo e complexo, dai que a sua simplificação não seja possível. Para dar um exemplo pratico e facilmente perceptível, na culinária existe a especiaria chamada Caril, todas as pessoas a usam, ou já usaram, ou no mínimo já ouviram falar, pois bem, o Caril não é mais que uma mistura de ingredientes, pimentas, açafrões e picantes, que em determinadas proporções de cada um, dá diferentes tipos de Caril. Pois bem, o mecanismo do Amor, é semelhante, embora tenha mais “ingredientes”, e permita um maior numero de resultados, esses sim todos conhecidos. Quanto ao facto de o amor não ser complicado, pois não é, tal como a vida não é, o problema é que as pessoas o complicam, mas não é por isso que deixa de ser amor. O amor é uma dadiva para quem o souber assimilar e receber, ou uma maldição para quem dele nada aprender…
Este comentário não é ao teu último post, mas ao som que puseste na página.
Mais uma vez revelas muito bom gosto. :-)
Verdade, o amor é a "equação" mais complexa de nossas vidas, se erramos em um "sinal", fica difícil achar as respostas...
Belo Texto.
Abraços.
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