quarta-feira, junho 28, 2006

Sugestões


Com este Verão, que parece tudo menos Verão, chegam alguns festivais de música. Para além daqueles mais conhecidos do grande público, há uns que me parecem bem interessantes dentro dos roteiros mais alternativos - e, é acerca desses que deixo aqui os links para acederem aos cartazes cheios de músicos do mundo que trazem as sonoridades dos 4 cantos do planeta até bem perto de nós.

Aqui pelos Algarves, mais propriamente em Loulé, o Festival MED. A terceira edição deste festival começa hoje e termina a 2 de Julho, conta com um cartaz muito diverso e vai ter palco no castelo de Loulé. Destes nomes conheço Souad Massi (obrigado pela apresentação Daniel), Cristina Branco e Al Driça. A visita não só vale pelo som como pelo visual, juntos fazem um todo bem harmonioso.

Sines presenteia-nos novamente com o Festival de Músicas do Mundo, ainda não tive o prazer de lá ir. Mas este ano posso dizer: Eu vou. "O programa de concertos está este ano concentrado entre os dias 21 e 29 de Julho. De 21 a 25 há música todos os dias no palco reforçado de Porto Covo, e entre 26 e 29 decorre o programa musical intensivo na cidade, com concertos na Avenida da Praia e no Castelo. As iniciativas paralelas, maioritariamente realizadas no novo Centro de Artes, começam já dia 1 de Julho." Deste cartaz gostaria de realçar Toumani Diabaté, do qual sou fã. Ah, e claro os únicos concertos pagos neste cartaz são aqueles que se dão dentro do castelo de Sines.. mais um sitio mágico para um festival alternativo.

Para terminar resta-me dizer que em Faro, tivemos o festival "Um Mundo de Percurssões", só pude ir ao último dia e ADOREI. Se puderem ver o espectáculo "Unreal" do Bernardo Sassetti com Drumming não percam. Já gostava do Sassetti, adorei o concerto dele em Lagos com o Laginha e o do Teatro Municipal de Faro com a Orquestra do Algarve, mas agora sou fã incondicional!

Bons concertos!

segunda-feira, junho 26, 2006

Programa de Inicio de Semana


7h00 - Acordar. Fazer ronha e levantar 10 minutos depois. Lavar os dentes. Vestir o equipamento.
7h15 - Saio de casa.
7h20 - 50 minutos de jogging.
8h30 - Chego a casa. Tomo banho. Visto-me. Tomo pequeno-almoço. Lavo os dentes. Pego na mala e em 3 livros.
8h50 - Saio de casa.
9h00 - Entro no trabalho.
13h00 - Almoço.
14h00 - Entro no trabalho.
17h30 - Saio do trabalho.
17h45 - Chego a casa e preparo a consulta ou será que vou dormir? Ou ler? Ou fazer ginástica? :)
20h00 - Saio de casa.
20h30 - Consulta.
21h30 - Respiro de alívio e arranjo coragem para ir até a casa e ler alguma coisa ou simplesmente não fazer nada..

00h00 - Banhinho, lavar dentinhos e cama..

Os florais começam a surtir efeito..

E mais um dia que passa e não consigo ir ver o Hard Candy.. porcaria de horários de cinema! Será que é amanhã?

quarta-feira, junho 14, 2006

Raios de Noite


A foto tirada por mim e retocada e aprimorada pelo Bentes! Obrigada mais uma vez, és um espectáculo com o photoshop!

Na terça passada foi uma noite cheia barulho, estática, luz, água... com tudo à mistura. Tentei tirar as fotos da tempestade que se abateu em cima da cidade.. mas tentar tirar fotos a um raio é... um golpe de sorte! Ficou muita coisa registada em fotografia, mas poucos foram os relâmpagos que se deixaram a apanhar.. Foi um espectáculo de espectáculo.

A Natureza é incrível, não acham?

sexta-feira, junho 09, 2006

Desabafo


As cores, os cheiros, os sons… as palavras. A existência. As batalhas que se travam. A vida. Os humores. A vontade. Os momentos. As pausas.

Preciso do silêncio. Estou farta da poluição ruidosa que encontro no trabalho, nas conversas de café, nos comboios... Estou cheia de momentos em que o silêncio é demasiado desconfortável. Estou cansada de palavras e mais palavras ocas que só se dizem para preencher um vazio interior que incomoda.

Quero chegar a casa, depois de um dia de trabalho, e ter vontade de fazer aquilo que me preenche. Quero respirar vida, quero ser vida.

Como é bom ser uma guerreira, uma deusa completa, grandiosa com o poder de invocar toda a plenitude que vai dentro. Já tive momentos assim, as pausas é que são demasiado grandes no tempo que corre. Se a vontade não estivesse ao serviço dos humores que flutuam, as batalhas que se travam não pareceriam em vão. É incrível a força que cresce e que espanta quando aparece destemidamente. Como é bom existir assim.

Quero a permanência desse estar em mim. Quero que as pausas sejam pequenas e transitórias. Hoje sei o que quero. Amanhã gostaria de continuar a saber.

sexta-feira, junho 02, 2006

Respeito



Estou sempre a ler alguns (para não dizer muitos) livros ao mesmo tempo, é uma mania que não passa e que parece que com o tempo só tende a agravar.

Ando a ler de tudo um pouco. Agora um dos livros que me prende a atenção é “A Arte de Amar” de Erich Fromm, um piscanalista. É um livro que já andava a “olhar para mim”, que um dia comprei, e que como tantos os outros ficou na prateleira a aguardar a vez na fila de espera para ser lido. Lá está, às vezes a disponibilidade para ler não tem que ver só com o tempo da rotina instalada, tem que ver com outros tempos interiores que abrem outras portas de percepção.

Ainda não cheguei ao final livro, nem sei se o irei fazer. Às vezes compra-se um livro para chegar a um parágrafo, a uma linha que nos fala por palavras aquilo que vemos dentro de nós. E cumpre-se assim o propósito da leitura. Pelo menos, por agora. Mais tarde tira-se o pó, abre-se outro capítulo e retoma-se a leitura.

Voltando ao livro, Fromm apresenta uma escrita fluida, objectiva e orientada. Fala, tal como o título indica, do Amor. Ele afirma que
“não é só no amor que dar é receber. Os professores também são ensinados pelos seus alunos, os actores são estimulados pelo público, os psicanalistas são curados pelos pacientes – desde que não se tratem como objectos e se relacionem de uma forma genuína e produtiva.”

Entre muito daquilo que é dito, diz que no acto de amar a componente de dar, aquilo a que chama o carácter activo do amor, implica a existência de elementos básicos e comuns a todas as formas de amar. Esses elementos, de acordo com o autor, são o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.

Cuidado activo pelo crescimento daquilo que se ama, responsabilidade face às necessidades psicológicas da outra pessoa, respeito para com o crescimento e desenvolvimento da outra pessoa por si mesma e o conhecimento objectivo daquilo que somos e daquilo que o outro é, para ver além da imagem ilusória por nós criada acerca daquela pessoa.

Aprendi pelo menos uma coisa nova até à data. E não tem que ver exclusivamente com o Amor mais “personalístico”, tem que ver com o Amor nas suas mais variadas formas. Respicere é a raiz etimológica da palavra respeito e que quer dizer “olhar para”. Há muito que falo nesta palavra, e com ela vem sempre uma sobrecarga emocional grande. Há uma mágoa que se cola automaticamente a ela. Não sei se por sentir que me sinto em falta desse olhar para comigo, de mim para mim, de mim para os outros e/ou dos outros para mim. Mas é sem dúvida por essa falta de “olhar para”.